Wednesday 29 July 2009

Una animación

Blogs, entre todos los roles que cumplen en la sociedad contemporanea, también son buenos archivos virtuales. Y trabajos como este, del artista italiano especialista en murales y en animación, Blu, hay que registrar y guardar.
Street art´s fans, Spread the word!
Recomendado por el siempre excelente criterio artistico de Ojos Fritos.

Monday 27 July 2009

Bala con alma

El pasado viernes, 17 de julio, me han robado mi portátil con mi trabajo, todos archivos, referencias de bibliografía, y documentos pertinentes a la tesina en estoy trabando en el Master, además de muchos de mis archivos personales.
Estaba en una de las bibliotecas de la Universidad de Barcelona, en el conocido barrio del Raval, y en determinado momento me levante para ir al baño y para agarrar un café de la maquina en la entrada. Camine hacia fuera y pude ver desde ahí, pues estaba ocupando una mesa en la planta baja, que no estaba la computadora sobre la mesa en que la había dejado. Regrese corriendo con desespero para comprobar, y deprimirme, que me la habían robado.

El problema me ha golpeado un poco y aun estoy tratando de recuperar el tiempo - inclusive el material dado que no es facil comprar una compu nueva - y todo el esfuerzo intelectual perdido con el trabajo académico que ahí estaba puesto. Pero seguimos adelante! Dejo a todos los amigos tan especiales que han solidarizado cuando les conté sobre el incidente un pequeño poema del escritor nicaragüense Salomón de La Selva, como un sencillo saludo.

La bala con alma ha recibido una versión musical del grupo salvadoreño de Nueva Cancion, Cutumay Camones.

"Cutumay Camones tomó nombre de un pueblo localizado en la provincia de Santa Ana donde tuvo lugar una batalla campal siete días después de la ofensiva inicial del FMLN, el 10 de enero de 1981. El grupo fue formado en mayo de 1982, tomando el nombre como una manera de hacer homenaje a los caídos en batalla. El grupo lucha por la recuperación de la herencia cultural y las tradiciones de las gentes salvadoreñas que se ha perdido o ha sido destruido tras siglos de explotación y represión."

Lastimosamente, no he encontrado una version online de esta canción y la tengo unicamente en un CD comprado en El Salvador. A los que no la conocen y les ha interesado, quedamos un dia para compartirla :)
"La bala que me hiera
será bala con alma.
El alma de esa bala
será como sería
la canción de una rosa
si las flores cantaran
o el olor de un topacio
si las piedras olieran,
o la piel de una música
si nos fuese posible
tocar a las canciones
desnudas con las manos.
Si me hiere el cerebro
me dirá: yo buscaba
sondear tu pensamiento.
Y si me hiere el pecho
me dirá: Yo quería
decirte que te quiero!"

Thursday 16 July 2009

Honduras: anacronismo e ignorancia


El articulo abajo (perdón, solo en portugués), de mi autoria, ha sido originalmente publicado, con algunas pequeñas ediciones, en el periódico Diario Popular el dia 14 de julio de este año.


"O mais assombroso no incrível anacronismo politico que vive Honduras, lamentavelmente com conseqüências para todo o continente latino-americano, são as reações da ignorância e do tilintante pensamento ultraconservador que só se explica como patológico. Imersos num triste desconhecimento de causa, historia e geografia, há alguns analistas de ultima hora que se referem de maneira preconceituosa a Honduras como “simpático pais centro-americano” e surgem com pobres argumentos que tentam, assustadoramente, justificar o impossível.


Honduras, junto com praticamente toda a América Central, é um pais quase invisível aos olhos brasileiros. A maioria dos nossos cidadãos médios não tem a menor idéia de onde fica El Salvador ou Belice, por exemplo, e provavelmente tenha visto a noticia sobre o golpe no pais de onde surgiu a pejorativa expressão de republica bananeira como se tratasse de um lugar tao exótico como o Chipre. Os comentários de internautas incautos em publicações online brasileiras estão centrados na diarreica teoria do sufixo. Zelaya “ia” violar a Constituição, “ia” fazer o que fez Hugo Chavez, “ia” implantar uma ditadura de esquerda.


Essa verborragia sinistra, quando despejados desde a pseudoanalise acadêmica ou desde uma suposta neutralidade jurídica, alem de esconder covardemente os valores sócio-ideológicos de seus autores, está marcada pelo positivismo mais retrogrado e funciona como um terrível serviço para a desinformação. É um tipo de posicionamento que nem mereceria ser respondido, pois se desmancha em sua própria inconsistência, mas gente com espaço como articulistas em meios de comunicação – como neste mesmo jornal – viúva do autoritarismo e da opressão, faz eco irresponsável e desconectado da realidade das teses absurdas que tenta vender a direita do continente.


Certos posicionamentos beiram o ridículo: “um razoável numero de governos acusa Honduras de sofrer um golpe militar”. Santa paciência! Todos os 192 países membros da ONU em uma resolução da Assembleia Geral do organismo condenou o golpe e exigiu a restituição imediata do presidente constitucional. A resposta da comunidade internacional foi imediata e acertada. A oligarquia quase feudal hondurenha levou o pais ao isolamento total. E isso porque os tempos são outros. A Guerra Fria terminou há 20 anos e não existe a menor possibilidade que o mundo aceite – exceto para os patéticos que ainda pensam viver naquele período – ações militares golpistas, expulsando do próprio pais a ponta de rifle um presidente constitucionalmente eleito.


Zelaya queria fazer um plebiscito sobre a possibilidade de uma assembleia constituinte cujo um dos fins, é verdade, seria, a longo prazo, estabelecer a reeleição (algo que, diga-se de passagem, ocorre na maioria das democracias avançadas do mundo). O que seria consultado no dia em que houve o golpe de estado era:“Você está de acordo que nas eleições gerais de novembro de 2009 se instale uma Quarta Urna na qual o povo decida a convocatória de uma Assembléia Constituinte?”


Mas a iniciativa era não-vinculante, ou seja, sem valor jurídico per se. Se a resposta da população fosse positiva, o presidente hondurenho teria base argumentativa para impulsar um cambio constitucional. Mas o motivo que estalou o problema é mais de fundo. A Constituição de Honduras é de 1982, da época do regime ditatorial do general Policarpo Paz Garcia. Os seus oito primeiros artigos são, de fato, declarados “cláusulas pétreas”, que significa que não podem ser modificados. Nada mais óbvio: os que determinam um tipo de governo autoritário e defensor dos interesses de determinados setores não estavam dispostos a perder o poder. Quem tente mudar isso é considerado “traidor da pátria”.


O presidente legitimo de Honduras mexeu com os militares em um pais que está longe de ter suas instituições democráticas bem consolidadas. Demitiu o general Romeo Velasquez do cargo de chefe do Estado Maior do Exercito por esse recusar-se a cumprir as ordens do Executivo de distribuir as urnas para a realização do plebiscito. Velasquez, conchavado com uma elite histórica que não queria, nem de longe, pensar que a população pudesse votar “sim” e abrir precedente para um debate sobre reforma constitucional no pais, coloca seus soldados nas ruas e no palácio presidencial para, depois de livrar-se de Zelaya, abrir passo ao poder justamente para Michelleti, deputado e candidato derrotado por Zelaya nas eleições presidenciais de 2005. Detalhe curioso: o tal general, suposto defensor da Constituição, esteve vinculado no inicio dos anos 90 a uma quadrilha internacional de roubo de carros em Tegucigalpa conhecida como “Banda de los Trece”.


A mudança de parâmetros políticos que está ocorrendo na América Latina, e inclusive no esquecido istmo centro-americano, tenta abrir caminhos para a participação popular como elemento fundamental de um sistema democrático. As reformas constitucionais são o instrumento para isso. Mesmo que fosse minimamente real o “risco” das iniciativas de Zelaya, existem vários procedimentos legais, dentro do conceito republicano e do estado de direito, como o próprio Brasil fez ao destituir por impeachment o ex-presidente Collor, que devem ser tomados. A transição moderada que ocorre no hemisfério esta manchada pela ignorância e mediocridade da elite hondurenha. Depois do ataque dos gorilas de Honduras, os desafios da consolidação institucional em todo o continente são ainda mais evidentes."

Tuesday 14 July 2009

Um comentário perspicaz


Ainda sobre o texto da Folha de Sao Paulo, “Honduras ilustra paradoxo de nova Constituiçao” (dois posts abaixo) a querida e sempre atenta amiga, Dani Guadalupe, nos deixa uma simples observaçao que resume com perspicacia a questao.

Sabe que li todo o texto com atenção, daí me veio aquele cara dizendo que se preocupava com esta coisa de maioria. (*adendo meu: refere-se ao chefe da diplomacia dos Estados Unidos para a America Latina, Arturo Valenzuela). Fiquei chocada!!!! Porque eles próprios, políticos, são eleitos pela maioria. Como é então que a maioria vale para elegê-los mas não serve para dizer o que é bom e retirar privilégios de uma minoria? Fiquei encafifada!! E INDIGNADA, claro!

Artistas Hondureños del Frente Nacional Contra el Golpe




Monday 13 July 2009

Examen para nacionalidad salvadoreña


Porque el buen humor, especialmente en El Salvador, también merece registro, dejo un interesante y muy útil chiste recibido hace algún tiempo por email.
Es verdad que para muchas preguntas he tenido que consultar mis parientes cien por cien salvadoreños, pero como no necesitaba saberlas todas...

"DEBIDO A LAS CONSTANTES QUEJAS DE FALSIFICACION DE DUI, EL REGISTRO NACIONAL DE PERSONAS NATURALES HA DECIDIDO ELABORAR UN NUEVO TEST PARA OBTENER LA CIUDADANIA SALVADOREÑA:

Examen para nacionalidad Salvadoreña

1.COMPLETE LAS SIGUIENTES FRASES:


Saludemos la patria orgullosos __________________________
¿Mató tunco tu tata? __________________________
Sana sana _______________________________
Chinchilete ___________________________
Ponponte Niña Ponponte__________________________________
Zapatito Cochinito_______________________
Piedra, Papel_______________________

2.TRADUZCA AL ESPAÑOL UNIVERSAL LA SIGUIENTE FRASE:

A un cipote peche y chele, un tetunte lo apachó._________________________



3.TRADUZCA AL ESPAÑOL UNIVERSAL LAS SIGUIENTES PALABRAS:


Chucho_____________________
Cincho_______________________
Ataché_______________________
Ninguneado____________________
Chingaste______________________
Chambre_______________________
Paila__________________________
Pisto__________________________
Bolo_________________________
Careto(a)______________________
Chiliyo_______________________
Jeta_________________________
Cabal_______________________
Híjole_______________________
Chichipate____________________
Cholero______________________
Utual________________________



4.EXPLIQUE LAS SIGUIENTES FRASES:

Le estan dando atol con el dedo________________________________

Pegue una gran guinda______________________________________
Le gusta el arroz con tunco___________________________________

Es de mecha corta________________________________________
Esta comiendo frito_______________________________________
Nació mordido por la luna___________________________________


5.Explique la diferencia entre un tamal de sal, y un tamal de azucar._______________________________________

6.Detalle los tres tipos de nuegados que existen________________________________

7. Cual es el “poder medicinal” de la sopa de patas_____________________________

8.Que se come con chicharron o merienda?_____________________________

9.Que se come con curtido o salsa?______________________________________

10.Que calle de San Salvador tiene dos numeros al mismo tiempo____________________

11 Que otro nombre recibe el area de sol, del estadio Cuscatlán_____________________

12.Cual es el procer de nuestra independencia, mas narizon_____________________



13.”Quien no ama el lugar, la tierra natal, y donde ha nacido…” es la canción de un comercial de gaseosa, nombre esa gaseosa_________________________________

14. Que personaje de la vida cotidiana dice: “voy hule”______________________



15. Quien es la PIPIRIPAU___________________________

16. Según la canción, quienes bailan el CANCHIS CANCHIS__________________

17.Escriba el coro de la cancion "El sapito" de grupo "Bongo"________________________

18. En que programa habia una seccion llamada “NI SI NI NO, NI BLANCO NI NEGRO”_________________

19.De donde vienen las pupusas de Arroz?_________________________________

20. Que quiere decir la expresión “Tumblinblin”:____________________________

21. De que color eran, los siguentes billetes antes de la dolarización:

Un colon______________________
Dos Colones_____________________
Cinco colones____________________
Diez colones_____________________
Veinticinco colones_________________
Cincuenta colones__________________
Doscientos colones_________________



22. DE QUE GRUPO O ARTISTA SALVADOREÑOS SON LAS SIGUIENTES CANCIONES:

-El Cipitío______________________
-Las Pupusas______________________
-Con Zapatos de Tacón______________________
-Mi País__________________
-Patria Querida__________________
-Zangolote____________________
-Moviendo el Atol de Elote________________
-Pájaro Picón _____________________
-Bolo y Solo__________________
-Hacer Nuestro El Universo_________________________
-Me gusta más tu Mamá____________________
-En el reino de la Rosa________________
-Extraño todo lo que hay en ti___________________
-La Maldita____________________

23. LOS JUANETES ES UN MAL DE:
-Las Manos
-Los Pies
-Las Orejas
-La Espalda




Tres respuestas correctas son suficientes para el candidato ser aprobado... "

Sunday 12 July 2009

Inacreditavel, mas saiu na Folha de Sao Paulo!




Saiu sem assinatura, é verdade. Dado curioso... Repórter ja nao assina matéria no Brasil? Ainda assim, embora em linguagem bastante timida, quase velada, a Folha de Sao Paulo nao pode negar (embora poderia nao publicar) que as analises de especialistas em Direito e em Politica confirmam que o golpe em Honduras é indefensável!


Ao entrevistar o constitucionalista espanhol Rubens Dalmau, do CEPS (que, embora nao explicado na matéria, se trata do Centro de Estudios Politicos y Sociales, com sede em Valencia), o jornal nao pode omitir, como se ve no texto abaixo, que a criaçao cada vez mais popular de mecanismos de democracia direta nada tem a ver com critica pueril, absurda e rancorosa que tenta vender a ideia (realmente inacreditavel!) de ditadura (?!!) dos governos de paises que sao audazes o suficiente para governar para as maoirias, respeitando as minorias, mas sem manter privilegios, como Bolivia, Venezuela e Equador.


Atençao conservadores, positivistas retrogados, covardes viuvos e viuvas de regimes autoritarios: nao se façam mais de ridiculos! Nao tentem defender o indefensável! Nao se posicionem a favor de golpistas. Os tempos sao outros e a democracia direta ira aumentar.


O texto foi originalmente publicado na Folha de Sao Paulo do dia 12 de julho de 2009, sob o titulo Honduras ilustra paradoxo de nova Constituição. Os grifos sao meus.




"A crise em Honduras expõe embate no hemisfério entre o "novo constitucionalismo", a corrente que guiou as novas Constituições de Venezuela, Bolívia e Equador e prega cada vez maior aplicação da democracia direta, e seus críticos, que veem nele o embrião de "ditaduras plebiscitárias".

O presidente hondurenho Manuel Zelaya foi deposto pelos militares quando tentou fazer uma pesquisa de opinião que lhe daria, segundo argumentou, legitimidade para enviar ao Congresso um projeto de lei para fazer um referendo de convocação da Constituinte. Sem apoio no próprio partido, com a Corte Suprema em franca oposição, foi essa a manobra que bolou para arregimentar lastro social ao projeto. Ele tentava seguir o script de seus novos aliados de Venezuela, Bolívia e Equador, mas num contexto bastante distinto em termos de base política e apoio popular.



Aí começaram as acusações de ilegalidade. Os demais Poderes o tacharam de golpista ao propor nova Carta. Mas, de acordo com analistas ouvidos pela reportagem, os processos constituintes estão justamente na fronteira da legalidade.



Poucas Constituições no mundo preveem mecanismos para convocar uma instância que fará a nova lei fundamental do país. São instaladas em momento de crise, de ruptura, ou de novo acordo entre as forças políticas, econômicas e sociais.



Para o constitucionalista espanhol, Rubén Dalmau, do Ceps, grupo que assessorou as Cartas de Venezuela, em 1999, Bolívia e Equador, em 2008, o instrumento proposto por Zelaya era o mais apropriado.



Dalmau lembra que o referendo foi usado como forma de ativar o Poder Constituinte na Colômbia, em 1991, na Venezuela, em 1999, e no Equador, em 2007. "Em todos esses lugares os referendos se realizaram sem que estivessem previstos na Constituição, pelo princípio da democracia e da soberania", disse, em entrevista por e-mail.



Plebiscitos



Os críticos de Zelaya também dizem que não poderia haver outro interesse do neoesquerdista do que o de conseguir a reeleição, já que a quase totalidade da Carta hondurenha pode ser modificada pelo Congresso.



Entre as cláusula pétreas está justamente a que veta um segundo mandato presidencial, consecutivo ou não. O espanhol vai além na defesa do projeto e da necessidade de ampliar as consultas diretas à população. Afirma que os Congressos não deveriam ter poder para reformar Cartas. "Hoje, no marco do novo constitucionalismo, não se pode defender que o poder constituído possa modificar a vontade soberana do povo plasmada na Constituição."



Mas a profusão de consultas preocupa um grande grupo de constitucionalistas e cientistas políticos, que veem no instrumento uma ameaça aos direito das minorias políticas, à diferença do que idealmente acontece nos Parlamentos. Essa é uma preocupação dos EUA.



Nesta semana, em sabatina na Comissão de Relações Exteriores do Senado americano, o futuro chefe da diplomacia para a América Latina, Arturo Valenzuela, fez uma referência clara ao tema e à Venezuela. "Estou preocupado com a difusão da noção de que democracia é equivalente à simples lei da maioria e que, por meio das maiorias, pode-se alterar instituições e práticas constitucionais em proveito dos que estão no poder", disse o acadêmico de origem chilena.



Dalmau rebate: "As democracias são o governo da maioria com o respeito das minorias. Esse respeito não implica, logicamente, a manutenção de privilégios, mas o respeito dos direitos constitucionais". "

Teoria politica para a América Latina?


Um exercício de resumo interpretativo dos seguintes textos publicados na Agencia Carta Maior: “América Latina, um continente sem teoria” (Jose Luis Fiori) e “América Latina, um continente sem teoria?” (Nildo Ouriques)

Teorias politicas europeias sobre a América Latina (AL) não eram comuns no século XIX. As atenções do Velho Mundo estavam voltadas para Ásia e África em função das questões coloniais.

No começo do século XX a teoria marxista sobre imperialismo se dedicou ao estudo da internacionalização do capital e seu papel no desenvolvimento capitalista, mas seu foco ainda era a competição e a guerra entre os países europeus.

Na década de 20 a III Internacional transformou o imperialismo em adversário politico, tido como um obstáculo ao desenvolvimento das forcas produtivas nos países “coloniais e sem-coloniais”. Depois de 1940, a estrategia de “revoluções nacionais” (aliança entre proletariado e a chamada burguesia nacional, tipico do que defendia o Partidão, PCB, no Brasil) se estendeu a AL em favor da industrialização dos países periféricos.

Nos anos 60, depois dos “anos de ouro” do capitalismo da década de 50, onde as estrategias para a AL se pautavam, basicamente, na estrategia nacional-desenvolvimentista (industrialização para substituição das importações), as diferentes crises econômicas que a cada momento se deflagrava em diferentes partes do globo, e o cenário de instabilidade politica na AL (com golpes militares respaldados pela politica intervencionista dos EUA, dentro da logica da Guerra Fria, e guerrilhas revolucionarias socialistas) deu origem as “teorias da dependência” que buscavam explicar as relações politicas no continente.

Segundo Jose Luis Fiori, essas teorias tem 3 vertentes: a marxista (o imperialismo e o desenvolvimento dos países centrais é um obstaculo intransponível para o desenvolvimento do capitalismo periférico); a da Comissão Econômica para América Latina, CEPAL, (que também via obstáculos a industrialização do continente, mas apostava que era possível superá-los com “reformas estruturais”, que virou a agenda politica da região) e a que unia as duas análises (que defendia a viabilidade do capitalismo latino-americano através de uma “associação” ao capitalismo dos países centrais).

Para Fiori, essa postura foi “A repetição recorrente de algumas platitudes cosmopolitas, foi mais do que suficiente para sustentar sua visão da economia mundial, e legitimar sua ação política e econômica idêntica em todos os países”, o que prova que os liberais nunca tiveram uma teoria original a respeito da América Latina.

Contudo, Nildo Ouriques afirma que as teorias da dependência sempre foram mal compreendidas no Brasil e não como fruto do acaso, senão como consenso construído nas principais escolas de Ciências Sociais do pais (USP e Unicamp) e que resulta legitimador do capitalismo dependente do pais.

Ouriques argumenta que a vertente marxista da teoria da dependência costuma ser criticada de maneira leviana por esses setores da academia paulista que realizam, nas suas palavras, uma “manufatura do consenso” quando alinham a vertente marxista com a formula “desenvolvimento do subdesenvolvimento”, criada por Andre Gunder Frank e desse modo exerce, em ultima instancia, uma critica injusta e distorcida sobre o pensamento de Frank.

O professor da UFSC defende que Frank jamais disse que o capitalismo era inviável na periferia e desbancou as teses “míticas” sobre a feudalidade na América Latina e sobre a idéia dos obstáculos externos ao desenvolvimento na AL. (referencia: Capitalism and Underdevelopment in Latin America). “Gunder Frank afirmava que o desenvolvimento capitalista efetivamente ocorreria, mas sob a forma do subdesenvolvimento”, opina Ourique.

Ainda segundo o professor da UFSC, durante as lutas pela democratização do Brasil, depois do golpe de 64, os liberais progressistas contribuíram para o “apagão mental” a que se refere Fiori e desqualificaram as teorias marxistas de dependência sem considerar os aportes de Frank.

Nesse sentido, uma de suas opiniões é particularmente interessante: “Parte daquele “apagão mental” é produto da outrora útil distinção partidária entre tucanos e petistas que sempre ocultou algo importante, cada dia mais difícil de disfarçar: no terreno teórico, tanto uns quanto outros se alinhavam na manufaturação do consenso em favor da versão palatável dos estudos acerca da dependência, representada por Cardoso e Faletto. Não é apenas uma coincidência que a tese doutoral de Guido Mantega, finalmente vertida no livro que adultera completamente as teses de Frank e Marini, foi orientada por Fernando Henrique Cardoso.”

Ourique conclui considerando que as recentes mudanças ocorridas no cenário politico latino-americano resgatam a real vertente marxista das teorias da dependência como se vê em governos como de Venezuela, Equador e Bolívia.

Saturday 11 July 2009

US leaves Honduras to its fate

*Articulo escrito por Mark Weisbort, originalmente publicado en el periodico británico The Guardian, miercoles 8 de julio de 2009.
He destacado algunas partes que considero mas importantes o interesantes, como a la que el autor recuerda que la percepcion del publico sobre la situación en Honduras es vista como una batalla contra Chavez.
El movimiento antichavista impulsado por las elites politicas de varios paises del continente, (motivado por el mas sencillo miedo de perdidas de privilegios bajo la absurada falacia de que Hugo Chavez es una amenaza) ha sido, en el caso Honduras, llevado a cabo con las maximas consecuencias.
La anacronica agresión contra Honduras significa que se vuelver a perder el sentido de democracia, que sufre el pueblo hondureños, y representa un retroceso y un peligro para la estabilidad latinoamericana.
"The military coup that overthrew President Manuel Zelaya of Honduras took a new turn when he attempted to return home on Sunday. The military closed the airport and blocked runways to prevent his plane from landing. They also shot several protesters, killing at least one and injuring others. The violence and the enormous crowd – estimated in the tens of thousands and reported as the largest since the coup on 28 June – put additional pressure on the Obama administration to seek a resolution to the crisis. On Tuesday, secretary of state Hillary Clinton met Zelaya for the first time.

In many ways this is similar to the 2002 coup in Venezuela, which was supported by the US. After it became clear that no government other than the US would recognise the coup government there, and hundreds of thousands of Venezuelans poured into the streets to demand the return of their elected president, the military switched sides and brought Hugo Chávez back to the presidential palace.
In Honduras, we have the entire world refusing to recognise the coup government, and equally large demonstrations (in a country of only seven million people, with the military preventing movement for many of them) demanding Zelaya's return. The problem in Honduras is that the military – unlike Venezuela's – is experienced in organised repression, including selective assassinations carried out during the 1980s, when the country was known as a military base for US operations in El Salvador and Nicaragua. The Honduran military is also much closer to the US military and state department, more closely allied with the country's oligarchy and more ideologically committed to the cause of keeping the elected president out of power. Colonel
Herberth Bayardo Inestroza, a Honduran army lawyer who admitted that the military broke the law when it kidnapped Zelaya, told the Miami Herald: "It would be difficult for us, with our training, to have a relationship with a leftist government. That's impossible." Inestroza, like the coup leader and army chief General Romeo Vasquez, was trained at Washington's infamous School of the Americas (now renamed Whinsec).

This puts a heavy burden on the people of Honduras, who have been risking their lives, confronting the army's bullets, beatings and arbitrary arrests and detentions. The US media has reported on this repressiononly minimally, with the major print media sometimes failing even to mention the censorship there. But the Honduran pro-democracy movement has in the last few days managed to change the course of events. It is likely that Clinton's decision to finally meet with Zelaya was the result of the large and growing protests, and Washington's fear that such resistance could reach the point at which it would topple the coup government.

The Obama administration's behaviour over the last eight days suggests that if not for this threat from below, the administration would have been content to let the coup government remain for the rest of Zelaya's term. This was made clear again on Monday, at a press briefing held by the state department spokesman Ian Kelly. Under prodding from a reporter, Kelly became the first on-the-record state department official to say that the US government supported the return of Zelaya. This was eight days after the coup, and after the United Nations general assembly, the Organisation of American States, the Rio Group and many individual governments had all called for the "immediate and unconditional" return of Zelaya – something that Washington still does not talk about.

Meanwhile, on the far right, there has been a pushback against worldwide support for Zelaya and an attempt to paint him as the aggressor in Honduras, or at least equally as bad as the people who carried out the coup. Unfortunately much of the major media's reporting has aided this effort by reporting such statements as "Critics feared he intended to extend his rule past January, when he would have been required to step down."

In fact, there was no way for Zelaya to "extend his rule" even if the referendum had been held and passed, and even if he had then gone on to win a binding referendum on the November ballot. The 28 June referendum was nothing more than a non-binding poll of the electorate, asking whether the voters wanted to place a binding referendum on the November ballot to approve a redrafting of the country's constitution. If it had passed, and if the November referendum had been held (which was not very likely) and also passed, the same ballot would have elected a new president and Zelaya would have stepped down in January. So, the belief that Zelaya was fighting to extend his term in office has no factual basis. The most that could be said is that if a new constitution were eventually approved, Zelaya might have been able to run for a second term at some future date.

Another major rightwing theme in the media and public perception of the Honduran situation is that this is a battle against Chávez (and some collection of "anti-US" leftist allies: Nicaragua, Cuba, take your pick). This is a common subterfuge that has surfaced in most of the Latin American elections of the last few years. In Mexico, Peru, Nicaragua and El Salvador, for example, the conservative candidates all acted as if they were running against Chávez – the first two with success, and the second pair losing. It is true that under Zelaya Honduras joined Alba, a grouping of countries that was started by Venezuela as an alternative to "free trade" agreements with the US. But Zelaya is nowhere near as close to Chávez as any number of other Latin American presidents, including those of Brazil and Argentina. So it is not clear why this is relevant, unless the argument is that only bigger countries or those located further south have the right to have a co-operative relationship with Venezuela.

Clinton has just announced that she has arranged for the Costa Rican president Oscar Arias to serve as a mediator between the coup government and Zelaya. According to Clinton, both parties have accepted this arrangement. This is a good move for the state department, as it will make it easier for it to maintain a more "neutral" position – as opposed to the rest of the hemisphere, which has taken the side of the deposed president and the Honduran pro-democracy movement. "I don't want to prejudge what the parties themselves will agree to," said Clinton in response to a question as to whether Zelaya should be restored to his position.

It is difficult to see how this mediation will succeed, so long as the coup government knows that it can sit out the rest of Zelaya's term. The only thing that can remove it from office, in conjunction with massive protests, is real economic sanctions of the kind that Honduras's neighbours (Nicaragua, El Salvador and Guatemala) imposed for 48 hours after the coup. These countries account for about a third of Honduras's trade, but they would need economic aid from other countries to carry the burden of a trade cut-off for a longer time. It would be a great thing if other countries would step forward to support such sanctions and to cut off their own trade and capital flows with Honduras as well.

So it is up to the rest of the world to help Honduras; it is clear that Hondurans won't be getting any help from the US. The rest of the world will have to scream bloody murder about the violence and repression there, too, because Washington will not make much of an issue about it."

Friday 10 July 2009

Menus de Satolep 2 -" Bife Simples Picado"


Da serie Menus de Satolep, em parceria com o indefectivel Bernardo Vaz (responsável pelas fotos), novo post com outra délicatesse satolepiana.

O "bife simples picado" que se ve no menu da imagem acima é servido no especialissimo, patrimonio cultural, classico da boemia da cidade onde todos os finais de semana toca o mestre Avendano e o seu Regional, "Liberdade".

Thursday 9 July 2009

O jornalismo e a moral de Ratatouille


Un rápido paréntesis sobre los temas relativos al golpe y la represión que sufre la hermana república de Honduras para, en portugués, registrar opinión sobre un polémico tema en debate en Brasil respecto a reciente sentencia judicial que ha extinguido la obligatoriedad del diploma universitario para el ejercicio de la profesión de periodista en el país verde y amarillo. El articulo abajo ha sido originalmente publicado en el periódico Diario Popular, del día 06 de julio del corriente año.
El próximo post sera sobre la cuestión Honduras, pero también en portugués, dado que ha sido igualmente producido para el periódico brasileño.


"Qualquer um pode cozinhar", nos ensinou com profundidade filosófica, por assim dizer, Auguste Gusteau. Entretanto, ele mesmo acaba agregando que só os audazes chegam a ser chef. O crítico de culinária Antón Ego também afirma que embora um grande artista possa surgir de qualquer lado, não é qualquer um que o será.


A assertiva de Gasteau dirige-se a todos os homens e as mulheres de boa vontade que pretendam aprender a cozinhar e, analogicamente, na vida real brasileira, também a fazer jornalismo. A polêmica comparação entre jornalistas e cozinheiros feita pelo presidente do Supremo Tribunal Federal brasileiro, Gilmar Mendes, ao defender a extinção da obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista nos faz pensar que o ministro tenha sido motivado pela inspiradora mensagem desses dois personagens da animação da Disney-Pixar, Ratatouille.


Mendes deverá haver refletido que se trocamos o ato de cozinhar por qualquer outra atividade em que supostamente a exigência principal é a mera capacidade criativa, então deve-se, por força judicial, evitar os preconceitos contra o possível aflorar de talentos. Some-se a isso o instigante fato do protagonista da animação em questão ser um rato. Os ratos do filme correm, saltam e escalam. São ratos que às vezes nos dão asco, outras vezes nos fazem rir e podem provocar, inclusive, respeito. Metaforicamente, pensou o ministro, igualzinho aos jornalistas.


A lógica juvenil de Gilmar Mendes faz todo o sentido enquanto não se conotar novamente o jornalismo e o jornalista. Os argumentos em favor da especialização da profissão que tenham como base apenas a técnica e a linguagem jornalística são facilmente contestados com a poderosa realidade de que o jornalismo, como técnica, é conteúdo de manual. É triste constatar que a maioria das faculdades de jornalismo do Brasil continua despejando nas ruas descerebrados reféns acríticos da ditadura do mercado em lugar de gente com formação filosófica e humana.


Mas isso não justifica a leviandade de alguns em defender a posição do Supremo. É tão óbvio que o que está em jogo não é o direito acadêmico ao jornalismo, senão a própria natureza da disciplina, que concluímos logo: muitos dos aplausos a Gilmar Mendes partem de pessoas ingênuas ou mal-intencionadas. As que se apressaram em dizer que o fim da exigência do diploma põe fim à injustiça de não se considerar o valor do "dom" e da capacidade criativa para o exercício do jornalismo parecem também influenciados pela moral de Ratatouille. É verdade que os especialistas e todos os cidadãos podem opinar com precisão e elegância, mas o uso desse direito não pode ser confundido com a atividade jornalística.


Essa posição é conservadora, ignorante e medíocre. Não se trata de defender um diploma, mas sim o valor científico das humanidades. A crítica e a ética podem ser aprendidas também em uma qualificada instituição universitária. A Internet democratiza o acesso à informação e ao direito de produzir opinião, mas não será a responsável, nem mesmo com blogs e twitters, por formar jornalistas.


O debate sobre jornalismo no Brasil representa hoje o lugar em que ganha relevância o papel das universidades na formação do indivíduo crítico. A formação do jornalista é o exemplo mais concreto de batalha contra a atual estrutura hostil ao jornalismo. O que se precisa é o estudo em comunicação num sentido amplo, necessariamente humano, de eixos pelo menos filosófico, sociopolítico, linguístico e semiótico. Investimentos em favor da qualidade do ensino que, dentro de suas especificidades, poderiam realizar outras ciências humanas contra possíveis ataques de moral de Ratatouille.

Thursday 2 July 2009

Movimientos Sociales centroamericanos organizan acto en la frontera El Salvador y Honduras este fin de semana

"Diferentes organizaciones sociales, incluyendo la Asociación CRIPDES, se preparan para acompañar el regreso de Zelaya presidente constitucional de Honduras.
La actividad comenzará el día viernes 3 de julio a partir de las 10:00 AM en las fronteras de Honduras y El Salvador, El Poy y el Amatillo, finalizando el día sábado 4 de julio, fecha prevista para el regreso de Zelaya con el acompañamiento de la OEA y algunos gobiernos.

Llamamos a todas las personas, instituciones, movimientos sociales y todas aquellas personas comprometidas con la democracia y de la defensa de los derechos humanos para que participemos juntos y juntas en esta gran jornada por la restitución del orden constitucional en Honduras."

Para coordinaciones pueden llamar al tels. (503) 22263717 / (503) 22354005 cripdes@telesal.net / www.cripdes.net